sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Segredo



Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido (Mt 10. 26).

Você tem algum segredo? Algo que ninguém sabe e se fosse revelado seria motivo de grande vergonha e humilhação? Realmente, todos nós temos aspetos pessoais da vida que não são revelados para todo mundo. Algumas coisas somente as pessoas mais próximas de nós conhecem e até mesmo outras coisas somente nós e Deus sabemos. O simples fato de guardar algum segredo não é pecado. O que não podemos é aproveitar esta possibilidade de fazer as coisas “escondidas” e achar que estamos livres para praticar o que não é correto, já quem ninguém está vendo.
Temos que tomar cuidado com esta aparente liberdade, pois é nesta hora que realmente provamos quem nós somos. Ser bonzinho, fiel, honesto, santinho enquanto todos estão nos vendo é até fácil. Agora é preciso também manter esta fidelidade, quando no trabalho o chefe não está por perto, quando em viagens a tentação ataca, quando na escola a cola chega até nós.
Qualquer coisa proibida, escondida parece ser mais saborosa. O homem com sua natureza pecaminosa tem a tendência a transgredir a lei. O fato de algo ser roubado desperta o interesse e a ilusão de estar em vantagem e que não haverá maiores problemas. Mas quanto mais permanecemos escondidos em nossos segredos, mais aproximamos do mau caminho e da queda de ser desmascarado.
É tolo quem pensa assim, pois Deus, a quem mais devemos respeitar, sempre está nos vendo. Não há lugar que Deus não esteja, não há pensamento que ele não conheça.
É preciso abandonar a falsidade e falar a verdade com as pessoas que convivemos. Elas merecem nosso respeito e devem ter motivo para confiar em nós, não sendo enganadas.
Não confie na mentira, não ponha sua confiança na falsidade, nem se entregue à desonestidade. Sábio é quem teme a Deus e vive no caminho da verdade, lembrando que no dia do juízo, tudo será trazido a luz, toda hipocrisia será desmascarada.

Tenha como esconderijo um coração sincero.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

ACASO


Refleti nisso tudo e cheguei à conclusão de que os justos e os sábios, e aquilo que eles fazem, estão nas mãos de Deus. O que os espera, seja amor ou ódio, ninguém sabe (Ec 9.1).

Você já parou para pensar como nem sempre as coisas vão bem para as pessoas boas. E como algumas pessoas que vivem fazendo o que é mal são bem sucedidas. Nosso texto fala um pouco sobre isso. Nem sempre os mais velozes, fortes e prudentes são os vitoriosos. A Bíblia afirma que o sol nasce sob justos e injustos. A chuva realmente não cai apenas na plantação dos crentes, e as tempestades não vêm apenas para o barco pirata. O livro de Eclesiastes repete várias vezes a expressão “debaixo do sol”. Quando essas palavras aparecem, o escritor se refere aos acontecimentos e à vida neste mundo. Uma forma de mostrar a diferença desta vida com a vida no céu. No céu, os filhos de Deus terão o fim de suas dores e limitações. Deus afirma em Apocalipse que ele enxugará dos olhos toda lágrima. Mas, enquanto vivemos aqui neste mundo, alegria e tristeza se alternam.
O versículo 12 de nosso texto diz que “Tudo depende do tempo e do acaso”. A palavra acaso aqui quer dizer que Deus ordena os acontecimentos de maneira inesperada para nós e até parecem desordenados conforme a nossa maneira de pensar. Ninguém sabe o que irá acontecer amanhã.
Isso não significa que tanto faz ser uma pessoa boa ou má. É claro que devemos ser prudentes, estudiosos, trabalhadores e buscar fazer o bem. Mas não podemos pensar que com isso só irão acontecer coisas boas em nossa vida. Da mesma forma, podemos ter uma alimentação saudável e ainda assim contrair uma doença grave. Podemos ser um ótimo trabalhador e ficar desempregado, ser um bom cristão e passar por aflições.
Mesmo não entendendo porque passamos por algumas dificuldades, devemos saber que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. Não sabemos o propósito de algumas coisas, mas podemos confiar em Deus que é o autor da história de nossas vidas.

As dores são temporárias, a alegria será eterna.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Desculpe-me



Você prefere o mal ao bem, a falsidade, em lugar da verdade (Sl 52.3).

Depois que inventaram a desculpa, ninguém mais tem culpa ou pelo menos pensa que pode justificar-se dizendo simplesmente: “Me desculpe”. O assassino diz que matou por amor, o ladrão roubou por necessidade, a mulher se prostituiu para comprar comida para seu filho, casais se separaram porque o amor acabou, funcionários trabalharam relaxadamente porque são mau remunerados, vendedores cobraram caro porque afinal todo mundo faz assim.
Embora pedir desculpa e pedir perdão pareça a mesma coisa, é algo bem diferente. Pedir desculpa é uma alegação atenuante ou justificativa de culpa. É isentar-se da culpa, apontar outro culpado e outro motivo para seu erro, é quase dizer o mesmo que não foi minha culpa. Agora pedir perdão é declarar-se culpado. Admitir o erro. Confessar o pecado em atitude de arrependimento. Quem pede perdão demonstra que deseja mudar. Quem pede desculpa, não se responsabiliza por seus atos, não admite seu erro e logo vai errar novamente. Isso acontece também porque existe uma dificuldade de perdoar por parte das pessoas que ouvem alguém admitir o erro. As pessoas preferem ouvir uma desculpa à verdade. Se você chega atrasado a uma reunião e diz: “Me desculpe, o trânsito estava congestionado”. Todos vão sorrir e desculpar. Mas se você diz: “Me perdoem, eu não dei a importância necessária a esta reunião e saí atrasado de casa”. Com certeza todos vão te criticar.
O amor deve ser sincero. No lugar de nos acostumarmos em disfarçar nossas intenções com desculpas, com sorrisos falsos, conversa lisonjeira devemos tratar nosso coração limpando o ódio, a inveja, a preguiça que tanto nos faz ser individualistas. Como servos de Deus, devemos nos aproximar das pessoas com responsabilidade e quando errarmos, precisamos pedir perdão buscando corrigir nossa falta. Ter uma vida de sinceridade com nosso próximo é um grande passo para quem quer ser correto diante de Deus.

É melhor ser ferido por dizer a verdade do que amado pela falsidade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sabe tudo



Ensina-me o bom senso e o conhecimento, pois confio em teus mandamentos (Sl 119.66).

O conhecimento abre muitas portas e torna o homem habilitado para tomar decisões sábias. É muito bom ouvir alguém falar sobre um assunto que conhece profundamente. Sentimos segurança quando podemos nos aconselhar com pessoas inteligentes. As palavras dos sábios exalam conhecimento.
Mas existe um perigo que o homem sábio pode correr se não for prudente. Ele pode, aos poucos, se tornar arrogante, passando a alardear, sem modéstia, seu conhecimento. Ele pode também se tornar ranzinza e cada vez repartir menos com os outros o que sabe, como nos conta a fábula infantil da Tartaruga Sabe-Tudo. Sabe-Tudo era o apelido pelo qual todos os habitantes do bosque conheciam a tartaruga. Quem tivesse algum problema a resolver ou dúvida para esclarecer era só ir à casinha da Sabe-Tudo. A Sabe-Tudo era muito compreensiva com todos os seus vizinhos que tinham por ela grande sentimento de admiração. Os anos se passaram e os conhecimentos da tartaruga tornaram-se imensos, a tal ponto que ela começou a ficar exigente e crítica. Com mania de perfeição, tornou insuportável a vida dos outros. De uma amiga brilhante e admirada por todos, converteu-se em uma criatura amarga e insatisfeita que, além disso, recebia a hostilidade de quem a rodeava.
Precisamos lembrar que o amor nunca pode morrer em nossa vida. Nosso texto diz que o conhecimento passa, mas o amor nunca perece. Quanto mais conhecemos a Deus e sua Palavra, mais amadurecemos, deixando as coisas de menino como o sentimento de superioridade. Quanto mais conhecemos, mais percebemos o quão pouco sabemos, o quanto nossa visão é limitada diante do profundo conhecimento de Deus.
A modéstia é uma virtude muito necessária, sobretudo para aqueles que se destacam por ter maior habilidade em adquirir conhecimento. Estes devem aproveitar, buscando crescer no conhecimento de Deus sempre compartilhando com amor o que receberam.

Sem a modéstia, o conhecimento é inútil.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Peregrinos



Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma (I Pe 2.11).

A caminhada do povo de Israel pelo deserto em peregrinação rumo a Terra prometida é sempre uma ótima comparação com a nossa caminhada neste mundo em direção a Nova Jerusalém, ao encontro com Deus no céu. Infelizmente, como aquele povo se desviou pelo caminho, muitas vezes nós também tomamos atitudes erradas e vivemos como se o deserto fosse a nossa morada.
Todos os dias é preciso lembrar que somos peregrinos, estrangeiros neste mundo. Devemos nos afastar dos pecados e desejos que lutam contra nossa santidade. Nosso comportamento deve demonstrar nossa fé. Nós somos o povo de Deus, devemos viver conscientes de que o caminho é um processo de descoberta, uma preparação para algo que está por vir. Ser um peregrino, que vive comprometido com a sua missão e por onde passa se compromete com as pessoas que conhece, unindo forças para cumprir o seu chamado.
Muitas pessoas até conseguem compreender que este mundo não é seu lar, mas no lugar de viverem como peregrinos vivem como turistas. Pessoas que só estão interessadas em si mesmo. O turista está de passagem e sua motivação é viver novas experiências. Ele quer desfrutar dos lugares que conhece, mas não se compromete com nada e ninguém que está à sua volta. Muitos vivem como se Deus as tivesse colocado no mundo para uma temporada de férias. Fazem de seus dias uma aventura divertida, sem compromisso. Vivem livremente fazendo o que acham melhor.
É preciso entender que a vida que recebemos é dada por Deus com o propósito de cumprir nossa missão. Como peregrinos devemos viver pela fé como Abraão, que obedeceu o seu chamado, deixando tudo para trás, peregrinou pelo deserto em busca da terra prometida. Fez isso, pois sua esperança não era limitada a este mundo, esperava uma pátria melhor, a pátria celestial.

Os peregrinos mostram em sua vida que estão em busca de uma pátria.