Esperança no escuro

Exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima. - Lucas 21.28

No período do Advento, nós praticamos a espera pelo retorno de Cristo. Há alguns anos, adotei a prática de abrir mão de algo durante o Advento para observar e esperar por Cristo em solidariedade mais profunda às pessoas afligidas pela pobreza e pelo sofrido sacrifício. Abri mão de comidas e sobremesas saborosas até o dia da festa de Natal, para que meu coração se abrisse mais à presença de Cristo. Foi um sacrifício desafiador que provocou questionamentos e me deu oportunidades inesperadas de esperar ativamente por Cristo. Quando o sofrimento, a privação ou as aflições chegarem, estaremos preparados para permanecer firmes e depositar nossa esperança no Deus que veio em Jesus Cristo? Um colega sul-africano descreveu, recentemente, as vivências de seus ancestrais durante o início do apartheid. Famílias eram retiradas à força de suas comunidades em caminhões e levadas para exílio, para a assim chamada pátria. Desses caminhões se elevaram cânticos de esperança, entoados por pais amorosos em consolo a seus filhos. Em tempos sombrios, as dádivas da memória e da esperança nos sustentam, trazendo-nos força para enfrentar a injustiça cruel. Deus nos concede a coragem para buscar a justiça e a paz para todas as pessoas, enquanto esperamos pela plenitude da vinda de Cristo.

De que modo Deus me chama a jejuar dos excessos do mundo?

Sozinho, Nunca

O Senhor , teu Deus, é contigo por onde quer que andares. - Josué 1.9

Fiquei na floresta, aterrorizado e perdido. Naquela manhã, quando saímos para caçar, meu pai colocou-me num lugar especial e orientou-me a permanecer ali. Mas, depois de ficar horas ali, sozinho no frio, quis voltar para casa e decidi caminhar para encontrar meu pai. Não demorou muito para me perder. Todas as direções pareciam conhecidas e desconhecidas ao mesmo tempo. Nuvens pesadas escureciam o céu. Meu pai apareceu, aparentemente de lugar nenhum, para meu grande alívio. Ele me disse que, no pânico em que estava, eu o havia circundado por três vezes. Meu pai estivera ali o tempo todo, embora eu não conseguisse vê-lo ou encontrá-lo. O mesmo se aplica a Deus. Haverá maior conforto do que saber que o Senhor do universo está sempre conosco? Deus estava presente para nos dar o sopro da vida em nosso nascimento. Deus estará presente para receber nosso último alento e nos conduzir à vida eterna. Em momento nenhum, desde a nossa concepção até nossa morte, nos separamos da amorosa presença de Deus. Podemos esquecer, ignorar e minimizar a presença de Deus; no entanto, Ele está conosco. Pais, esposos, filhos e amigos têm diferentes graus de companheirismo e confiabilidade, mas Deus nunca muda. Ele está sempre presente e podemos depender sempre Dele.

Embora possamos vagar para longe, nunca estamos perdidos para Deus.

Sejamos perfeitos!

Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo. - Levítico 11.44

Nossa classe tentava fazer uma lista dos erros praticados por quem está aprendendo a língua inglesa. No entanto, o programa de computador com que trabalhávamos corrigia sempre as palavras erradas. Mas, se as repetíssemos várias vezes, ele finalmente as aceitava. Deus, porém, não age assim com nossos pecados. Deus nunca Se conforma com eles, não na segunda falha, nem na sétima, nem sequer na septuagésima sétima. Sabemos qual é a razão: nós devemos gradualmente transformar-nos à imagem de Cristo, para tornarmo-nos perfeitos, como Deus é perfeito. Deus nunca desiste dessa transformação. No entanto, Ele está sempre disposto a aceitar-nos como filhos e filhas muito amados, não importa quantas vezes tenhamos recusado ajuda. Temos livre escolha: aceitar ou não o chamado de Deus. Não imagino que haja alguém neste planeta que nunca tenha sentido o peso das más ações e desejado sinceramente a paz de uma consciência tranqüila. Nós jamais poderíamos pagar o preço dessa paz, mas Cristo fez isso por nós.

Deus nos chama à santidade e nos ajuda a seguir em direção a ela.

Em nossa dor, Cristo chora conosco

Jesus chorou. - João 11.35

Recentemente, o filho de um treinador de futebol profissional morreu de maneira muito trágica. O treinador era e é um homem de fé. Muitas pessoas oraram por ele e sua família, sabendo que sua fé o ajudaria a suportar a perda do filho. Enquanto orava por ele, lembrei-me da ocasião em que Jesus visitou uma família enlutada. Sua reação foi humana e, no entanto, divina: Jesus chorou quando viu a dor que seus amigos sentiam. Essas duas palavras simples - "Jesus chorou" - têm um rico significado. É reconfortante saber que nosso Salvador tem um coração tão sensível. Quando estamos depressivos, Cristo senta-Se ao nosso lado, abraça-nos e chora conosco. Que maravilhoso exemplo a seguirmos! Quando um amigo ou um membro de nossa família vive uma perda, às vezes a melhor coisa que podemos fazer é sentar com eles e chorar. Foi o que Jesus fez.

Cristo chora conosco e conforta-nos em tempos de dor insuportável.

O lado errado que entendemos

O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. - Mateus 25.40

O senhor, com uma impressionante cabeleira branca, apontou seu dedo nodoso para o pedaço de bolo de chocolate, indicando a sobremesa de sua escolha. Acho muito gratificante quando nossa igreja promove refeições ao ar livre para os residentes do albergue local. Naquela noite, minha satisfação vinha de saber que ajudávamos pessoas necessitadas e que representávamos Cristo para elas. Ao servir o bolo, o senhor disse: "Obrigado". Respondi: "De nada". Mais tarde, quando estudava a passagem bíblica acima, compreendi que minha perspectiva da refeição estava errada, como se eu olhasse pelo outro lado do binóculo. Nós não éramos Cristo para as pessoas sem lar; elas é que eram Cristo para nós! Deveria ter sido eu a agradecer. Agora, quando organizamos refeições, ainda me sinto realizado, mas de uma maneira diferente. Pergunto se nós nos sentimos gratos pela oportunidade de servir a Cristo servindo as pessoas do albergue; e não se os residentes estão gratos pelo que fazemos por eles. Tento manter esta perspectiva quando e sempre que presto um serviço a quem necessita.

Qual é a minha atitude quando estou servindo alguém?