sábado, 9 de agosto de 2008

Chamado pelo nome

[O anjo do Senhor disse:] Hagar, serva de Sarai, donde vens? E para onde vais? Gênesis 16.8


 

Eu estava no corredor do aeroporto enquanto as pessoas passavam apressadas. Eu era uma jovem adolescente viajando sozinha e tinha perdido meu vôo de conexão. Não fazia idéia de como prosseguir minha viagem. Desnorteada e assustada sentia-me completamente desamparada. Lágrimas escorriam pelo meu rosto. De repente, alguém chamou: "Marion! Para onde você vai?" Virei-me e vi uma amiga da família, a caminho do seu vôo para conexão. Ela facilmente me conduziu ao balcão de atendimento, onde recebi passagem para um vôo alternativo para chegar ao meu destino. Quarenta e cinco anos depois, ainda me lembro da surpresa de ouvir meu nome naquele aeroporto. Alguém me conhecia! Alguém estava lá para me ajudar. Lendo Genesis 16.6-16, imagino que Hagar também tenha se sentida sozinha e desnorteada na estrada do deserto. Que surpresa ouvir alguém chamar seu nome! Alguém a conhecia. Alguém sabia como conduzi-la. Esse "alguém" era o Deus vivo e onisciente, que enviou um anjo para ajudá-la. Hagar seguiu a orientação de Deus e tornou-se a mãe de Ismael.


 

Às vezes, também nós podemos nos sentir atordoados e com medo, sem saber o que fazer. Mas, quando oramos e meditamos na Palavra de Deus, percebemos que Ele realmente nos conhece pelo nome (veja Isaías 43.1), oferecendo "graça para socorro em ocasião oportuna" (Hebreus 4.16).


 

Deus nos chama pelo nome e nos oferece orientação e ajuda.


 

Vamos orar por alguém que esteja se sentindo perdido hoje.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Superando a amargura


Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou. Efésios 4.32

Depois que removi várias palmeiras anãs do fundo de minha nova casa, descobri que tinha outro grande desafio a enfrentar. Trepadeiras kudzu, que crescem muito rapidamente, tinham se agarrado aos troncos e ramos de árvores e estavam sugando a vida de bordos e pinheiros. Mesmo tendo cortado as trepadeiras no nível do solo, elas continuavam a crescer. Soube que, a menos que desenterrasse suas raízes tuberosas, elas continuariam a voltar. Essa experiência me fez lembrar o que a amargura pode fazer com nossas vidas. Ter sido vítima do pecado de alguém ou ter sido tratado injustamente pode levar a uma raiva latente. Quando apresentamos nossa dor a Cristo, estamos desenterrando as raízes da amargura para que elas não consigam se transformar em trepadeiras que sugam nossa alegria e paz. Hebreus 12.15 diz: "[...] nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados". Quando procuramos perdoar, bem como sermos perdoados, as raízes da amargura deixam de crescer em nossos corações e damos o fruto da paz em Jesus Cristo.


Que amargura ainda existe em minha vida?


Vamos orar pelos que vivem amargurados.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O diabo mora na porta da sua necessidade.


Jesus disse aos judeus que Deus poderia "das pedras suscitar descendência a Abraão". Entretanto, Ele negou-se a transformar pedras em pães. Mas, paradoxalmente, iniciou Seu ministério transformando água em vinho.

Portanto, quando da tentação, ocasião na qual se negou a transformar pedras em pães, a ênfase não recai na violência essencial, do ponto de vista físico, que tal "transformação" implicaria, mas sim nas razões que o induziam a ver naquilo uma tentação. Ora, Ele estava sendo sugestionado pelo diabo, e, em toda sugestão que carregue uma motivação errada, não importando o que seja, seguí-la, é sempre algo mal.

Aqui, neste ponto, fica claro que a questão de Jesus para não realizar aquele feito, não era de natureza moral e nem teológica, mas sim existencial. Seguir aquela sugestão seria mal tanto em razão da motivação, de um lado, fome; de outro, demonstração de poder, quanto também em razão do motivador: o diabo.

De fato, o diabo mora na esquina onde a necessidade e oferta se encontram sob o patrocínio da fome. O interessante, naquele episódio, é que o diabo não faria nada, e não fez nada, exceto sugerir que Jesus fizesse algo por Si mesmo. Isto porque o diabo precisa do indivíduo para realizar qualquer coisa. O diabo não realiza nada na Terra sem o homem.

O mal não é pré-definido, necessariamente. Às vezes ele o é, e todos sabem quando ele já chega com sua própria cara. Na maioria das vezes, entretanto, o mal não tem cara de nada mal, exceto pelo fato que ele realiza o casamento da necessidade instintual ou existencial, com a oferta de algo que seria anti-natural, mas realizaria um alívio imediato.

As tentações que nascem do instinto e da existencialidade são poderosas. Aliás, essas são as únicas tentações que de fato tentam. O erro, nesse caso, está na entrega da necessidade à sugestão que vem de fora. É esse ceder à sugestão aquilo que conflita a alma. Isto porque, sozinho, Jesus jamais transformaria pedras em pães a fim de se alimentar. Mas quando o diabo se imiscui no ambiente da necessidade, então, a simples fome virou tentação. Ter fome não é mal, ao contrario, é bom. Pouca coisa é tão ruim quanto fome zero.

Viver sem fome pode ser muito ruim, e quem já sofreu de algum tipo de experiência sabe o que estou falando. O equilíbrio da existência está entre a fome e o pão. Pão sem fome é um horror, e fome sem pão é uma desgraça. É justamente nesse limbo que o diabo mora! O diabo não vive do que é mal, mas sim de transformar o que é bom em algo ruim, pois que, tal coisa, se realizaria como concessão dele. O diabo adora pretender fazer concessões. Ele sabe que é essas concessões ilegítimas aquilo que torna até o ato de comer pão em algo culposo.

Na realidade aceitar algo como concessão do diabo é aquilo que torna qualquer coisa em algo ruim. Nesse caso, o corpo treme de fome, e as pulsões de estranhos desejos se somam à necessidade, e a alma mergulha a caminho da transgressão a si mesma. Pior do que a fome é o pão que carrega a sugestão do diabo! Jesus se viu livre da tentação não negando a necessidade (o pão), mas afirmando a necessidade superior do ser: comer também e, sobretudo, a Palavra de Deus. Negar a fome aumenta a tentação. Assumi-la, esvazia a tentação. Quando você estiver com "fome", e for algo normal, não negue a fome, afinal, depois de 40 dias e noite quem não estivesse morrendo de fome seria anormal, ao contrário, respeite-a e chame-a pelo nome, você mesmo, e não deixe que ninguém se torne senhor de sua necessidade. Jesus saiu dali e foi comer. E comeu comida de anjos. Mas só comeu o que era bom porque se negou a comer conforme o cardápio do diabo. Nenhuma necessidade humana é pecaminosa.

A pecaminosidade da necessidade é apenas fruto da sugestão e de como ela vem. Ora, assim como é com Deus, assim também é com o diabo, pois a questão não é o quê, mas sim como. Sim, eu repito: a questão não é o quê, posto que todas as coisas provenham de Deus, mas sim "como", posto que nem tudo o que é bom, é bom sempre, pois todo bem se torna em mal quando o patrono da solução é o diabo. Assim, não se preocupe com a sua fome, mas apenas com as "soluções" que você encontra. E lembre-se: Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que sai da boca de Deus.

Deus cuida de nós


O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. Salmo 34.7

Tendo sobrevivido a duas experiências muito marcantes, aprendi que a preocupação de Deus com minha vida é real. Há alguns anos, em duas ocasiões diferentes, fui atacada por assaltantes armados. Nunca pensei que viveria situações tão traumáticas e assustadoras. No entanto, antes de cada ataque, senti a presença de Deus. Segundos antes do ataque, ouvi as palavras do Salmo 34.7: "O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra." Depois, compreendi por que Deus tinha me trazido à mente essas palavras. Hoje, depois de muitos anos, também sei que um cristão não tem garantia de uma vida livre de situações desagradáveis ou perigosas. Mas Deus cuida de nós e nunca nos abandona. Podemos nos sentir seguros nessa esperança.


Nos momentos mais assustadores da vida, Deus está conosco.


Vamos orar pelas vítimas de assalto.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Limpos até onde!

"Vós já estais limpos pela Palavra que vos tenho falado" — disse Jesus na noite em que foi abandonado, negado e traído pelos mesmos discípulos que o ouviram dizer isto.

Minha pergunta é: Como? Sim! Como? Limpos? De que modo?

Na mesma noite, quando Ele se aproximava dos pés de Pedro a fim de lavá-los, como já tinha feito a outros discípulos na mesma sala onde estava reunido, o amigo pescador Lhe disse: "Tu me lavas os pés a mim? De modo nenhum".

A resposta de Jesus é outra vez chocante; chocante para quem pensa em impureza, santidade e limpeza com as categorias da perfeição, conforme a religião.

Isto porque esses aos quais Ele diz já estarem limpos são os mesmos seres humanos cujas manifestações aparecem no Evangelho — gente simples, infantil, mantendo suas próprias disputas de terreno, e almejando proeminência; sem falar na capacidade de desejar fazer fogo do céu para consumir os diferentes, como foi o caso de João em relação aos samaritanos.

"Se eu não lavar você, você não tem parte comigo" — disse o Senhor a Pedro.

"Então, não somente os pés, mas também a cabeça..." — e tudo o mais...
era o desejo dele.

"Quem já se banhou não necessita lavar senão os pés" — foi a resposta.

Ora, se aplicarmos os critérios cristãos de santidade e limpeza, nenhuma dessas afirmações finais, consumadas, e definitivas de limpeza e pureza, poderiam ser imputadas a eles. E Pedro sabia disso. Por isto ele quis um banho total.

"Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" — era o que Ele dizia.

Minha questão perdura: Como? Sim! Como?

Tal limpeza não era fato antes... e nem seria em algumas poucas horas... quando o abandono, negação e traição aconteceriam. Apesar disto Ele os dá como limpos pela Palavra. E diz que no Caminho os irmãos lavam apenas os pés uns dos outros; limpando o pó do chão da jornada, e que se apega aos pés de qualquer um que Caminhe.

Assim, já estou limpo pela Palavra, não porque eu a encarne, mas porque ela se Encarnou toda em meu favor, em Jesus.

Eu creio e nisto está a minha justiça!

Desse modo, sigo limpo; embora suje os pés na Caminhada.

Esse pó, todavia, não está em mim, mas apenas nos meus pés; tanto quanto não estava mais neles, mas apenas em seus pés...
no prosseguimento da jornada.

É por isto que Ele declara limpos os que haveriam de se sujar em algumas horas.

O encantador é que continuaram limpos, mesmo tendo se sujado. E não há palavras no reencontro entre Ele e os sujos... Há, sim, Palavra; mas não há palavras... Há um olhar...
há uma pergunta:Tu me amas? O resto é trabalho entre irmãos, lavando os pés uns dos outros; não como quem purifica pecados, mas como quem dá conforto, recebe em casa, e afirma o irmão como irmão, não importando a jornada...

Quem não traiu ou negou!... — fugiu, se escondeu, se omitiu, ou, simplesmente, assumiu a impotência contemplativa... Ou não quis ter que decidir...
sem deixar de decidir...

todavia...

Entre os cristãos a "cena" de João 13 é vista como uma "lição de humildade". É por isto que em certos ritos de culto há a cena do lava-pés...

Mas como é fácil lavar os pés dos nossos bispos e autoridades religiosas na hora em que o rito faz da cena uma obra de teatro, e com uma enorme audiência assistindo!

O difícil é lavar os pés em silêncio, sem cena, e sem ser como um rito litúrgico, mas como uma liturgia de vida e de existência...
todos os dias.

É obvio que Jesus não está preocupado com os nossos pés, nem com a sujeira do chão do asfalto. O que Ele está ensinando como humildade é o serviço mútuo e constante que um irmão faz ao outro, não com água e tolhas; porém, como Ele o fez: nu, e baixado junto aos pés dos irmãos que se sujaram na jornada; visto que na Caminhada não há ninguém que não suje os pés.

Por isto, ninguém lavou os pés Dele; Ele, porém, lavou os pés de todos.

Vou andar com esta Palavra, forte, serena, consumada, e desafiadora.

"Você já está limpo, Caio, pela Palavra que tenho falado a você!" — Ele me garante.

"Eu creio Senhor!" — é o que respondo apenas porque creio.

"Então, lave os pés aos seus irmãos!..." — Ele me incita outra vez.

Assim, noto que a questão de minha alma muda...

Pergunta: "E se não lavarem os meus pés quando eles se sujarem na Caminhada?"

Resposta: "Haverá sempre alguém para lavar os seus pés enquanto você, mesmo com os pés sujos da jornada, não deixar de lavar os pés dos irmãos".

Então, peço perdão, pois me lembro que já estou limpo pela Palavra; e que a sujeira da jornada é apenas coisa entre os irmãos, pois, aos olhos Dele, estou limpo de antemão. E todo discípulo Dele também está!

A construtora de ninhos


 

Perseverai na oração, vigiando com ações de graça. Colossenses 4.2


 

O ninho tinha que sair dali. Um sabiá construiu seu ninho na trave que sustentava o telhado de meu alpendre dos fundos. A trave era um lugar seco e seguro para criar seus filhotes, mas já imaginei o chão coberto de dejetos de pássaro. Dei uma pancada no ninho com uma vassoura e despejei a lama seca, paus e fios na lata do lixo. Dois dias depois, outro ninho apareceu no mesmo lugar. Novamente removi a esmerada criação do sabiá, vários dias depois, mais um ninho repousava sobre a trave. Meu coração abrandou-se quando pensei: Se esse sabiá trabalhou tão duro, carregando um pauzinho, uma gota de lama de cada vez para a trave, talvez deva deixá-lo em paz, assim fiz. A persistência do sabiá fez-me lembrar da história que Jesus contou a Seus discípulos.


 

Uma viúva levou insistentemente seu caso diante de um juiz insensível. Por causa das constantes solicitações da mulher, o juiz finalmente aceitou ouvir o seu caso. Jesus estava ilustrando que deveríamos apresentar continuamente as nossas necessidades diante de Deus em oração. Se o insistente pedido da mulher fez com que um juiz desinteressado consentisse, certamente nossas orações perseverantes ganharão a atenção de nosso amoroso Pai celestial. Muitas vezes ficamos desencorajados e desistimos de orar. Em vez disso, a história narrada por Jesus nos diz para continuarmos orando e nunca desistirmos.


 

Deus se alegra com nossas orações.


 

Vamos Orar pelos viúvos e pelas viúvas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Convite Especial para você!

Tempo para descansar


 

[Jesus] lhes disse: Vinde repousar um pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles não tinham tempo nem para comer, visto serem numerosos os que iam e vinham. Marcos 6.31


 

As atividades deste último mês quase acabaram comigo! Ajudei em um retiro de quatro dias, realizei um casamento, dei cinco aulas sobre o livro de Tiago e fiz meu trabalho pastoral regular, pregando e visitando os doentes e os que estão confinados em suas casas. Ainda posso aumentar essa lista se escrever as atividades de meus três filhos, mas mesmo assim poderia não acreditar que tudo isso aconteceu. Quando o telefone toca durante o jantar, fico pensando quem estaria precisando de mim e para quê. Enquanto penso nisso, às vezes até clamo a Deus: "Quando vou poder descansar?" Por vezes planejo um dia de descanso, mas logo vejo meus planos alterados porque alguém precisa conversar. Enquanto ponho de lado meu repouso planejado, considero a possibilidade de poder descansar no dia seguinte. Mas em geral só prossigo com o atarefado planejamento que fiz antes. No meio do último telefonema, as palavras de Jesus chegaram a mim: "Vinde repousar um pouco." Jesus muitas vezes me convida a descansar. Só eu posso decidir se usufruo ou não o descanso que Ele oferece. Quando o faço, encontro o repouso pelo qual ansiava e recobro a paz de Deus.


 

Como posso aceitar a oferta de Cristo para descansar hoje?


 

Vamos orar pelas pessoas muito ocupadas.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Porão fechado

Àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória. Efésios 3.20-21


 

Quando eu e um amigo nos aproximamos da entrada do acampamento, notamos que o portão estava fechado e acorrentado. Paramos o carro e ficamos pensando no que fazer. Buzinamos, mas ninguém apareceu. Tocamos a campainha, mas nada aconteceu. Tentamos telefonar para o zelador, mas ninguém atendeu. Depois de dez minutos, começamos a ficar frustrados enquanto o sol quente sul-africano subia pelo céu. Meu amigo foi novamente até o portão e mexeu no cadeado. Para sua surpresa, a corrente não estava presa com o cadeado! Abrimos o portão com facilidade e entramos no recinto, rindo muito de nossa tolice. Ao longo de nossas vidas, encontramos muitas portas fechadas, caminhos barrados e janelas cerradas. Mas às vezes assumimos que estão completamente fechados e nem sequer tentamos abri-los. Em vez disso, como meu amigo e eu naquele dia de verão, nos preocupamos, nos afligimos e suamos! A verdade é que temos o Espírito de Deus dentro de nós. Quando somos suficientemente ousados para tentar fazer o que ele pede de nós, com Sua ajuda, encontraremos portões escancarados, passagens livres e janelas bem abertas.


 


Por meio do poder do Espírito Santo, podemos fazer muito mais do que imaginamos.


 

Oremos por aqueles que estão diante de portas fechadas.