segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A fuga


Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? [...] Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Salmos 139.7, 9-10
Há anos, quando era criança, deitei-me num ninho de ervas altas, debaixo de uma macieira, e cheguei à conclusão de que minha vida de menino de sete anos era dura demais. A solução era fugir. Viver sobre a grama macia, comendo maçãs ao sol quente, era convidativo. Quando informei minha mãe de minha decisão, ela disfarçou seu desalento aconselhando-me a levar comigo algumas roupas de baixo. Imediatamente, coloquei meu plano em ação e desfrutei minha recém-encontrada liberdade, mastigando uma maçã. Várias maçãs depois, quando o frio da noite começou a invadir meu ninho, a lembrança de minha casa quente, a apenas alguns quarteirões dali, começou a perturbar minha paz. Voltei para casa na luz evanescente, entrando na sala fortemente iluminada no momento exato em que minha família se preparava para jantar. Meu prato estava na mesa e minha mãe não demonstrou qualquer surpresa por eu aparecer. Ela contava comigo. Apesar de eu ter tentado fugir de sua disciplina e cuidado, seu carinho não me abandonou. Ela me fez saber que eu seria sempre seu filho. E, sendo seu filho, tinha permissão para viver na casa quente com amor, segurança e comida substanciosa, em vez de nas ervas frias, com maçãs, sozinho na escuridão da noite. Nós nunca podemos fugir de Deus, que prometeu nunca nos abandonar ou esquecer. Como o filho pródigo, quando chegarmos à nossa casa, seremos sempre bem-vindos.
Temos um lar com o Senhor em qualquer momento.
Oremos pelos pais e mães de filhos e filhas que fugiram.

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