segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A Glória de Deus, segundo as Escrituras.

“Pai, eu te glorifiquei na terra...“. Oração de Jesus, em João, 17.4.

Orar, glorificar, bendizer, louvar, exaltar, agradecer...

Sabe-se que na antiguidade, ao retornar de uma guerra, o comandante vitorioso ingressava na cidade, sorridente, de queixo erguido, orgulhoso e sob aplausos. Desfilava a frente de seu exército com muita pompa, normalmente cavalgando um belo e garboso corcel, de cor branca, também enfeitado. O povo festejava com muito alarde seu grande herói.

Contrastando completamente com isso, Jesus, o Rei do Universo, ainda no corpo de homem, adentrou a bela cidade Jerusalém,a cidade de Deus, montado sobre um pequeno jumento, sem arreios. Em sua sublime humildade, Jesus nem se importou que a cena pudesse ter até um lado cômico, pois, por ser um homem de boa altura ¾ conforme escritos romanos ¾, ao montar o jumentinho, os pés dele tocavam o chão. Cristo agiu assim, com premeditação, por certo, para nos mostrar que o homem humilde e justo não deve se importar com risotas, gozações ou com o que a maioria pensa, mas, sim, com o que ele é. O homem sábio, na sua humildade, tem consciência do que é e não precisa demonstrar isso à sociedade.

Portanto, por não ser conveniente Jesus chegar dentro de uma carruagem de fogo, puxada por cavalos fogosos como aquela que arrebatou Elias da Terra (II Reis, 2.11), poderia, no mínimo, ter surgido frente à multidão que o aguardava montado sobre um cavalo comum, selado, mas até nisso quis deixar um claro exemplo de grande humildade e de extremo desprendimento da brevidade das coisas terrenas. A multidão que o aguardava exclamava:

“Hosana ao filho de Davi. Bendito o que vem em nome do Senhor. Paz no céu e glória no mais alto dos céus”. Os fariseus incomodados interpelavam a Jesus: “Mestre, repreende os teus seguidores”. Jesus respondeu: “Digo-vos: se estes se calarem, clamarão as pedras”.

Glorificação de Jesus, em Lucas, 19.40.

“Se estes se calarem, as pedras clamarão!”.

Esta foi uma revelação, a todos nós, provinda do Espírito Santo de Deus, por meio do Cristo, referindo-se à extrema importância da glorificação ao Senhor Deus. A frase acima contém um importantíssimo significado, o qual, para quem sabe refletir, nem mil livros conseguirão traduzir completamente estas poucas palavras, porque teria de passar para o papel a descrição do poder e dos desígnios de Deus, como antes já nos respondeu, por meio de Moisés, quando se limitou, simplesmente, a responder a ele:

“Eu sou o que sou. Eu sou aquele que sou”. Êxodo, 3.14.

Na verdade, é uma exclamação para profunda reflexão. Sendo mais homens do mundo que de Deus, os fariseus não entenderam, entretanto, o que Jesus quis dizer que naquele momento todos os anjos do céu, numa festa divina, também cantavam:

“Ave Jerusalém, cidade do Senhor! Hosana ao filho de Davi! Hosana ao Filho de Deus! Bendito o que vem em nome do Senhor! Aleluia!”.

No Reino dos reinos acontecia a festa do século dos séculos, porque o Messias ingressava em Jerusalém, como estava anunciado pelos profetas de Deus. Entrava na cidade preferida do Senhor, onde, brevemente, efetivar-se-iam as profecias que o sagrariam como o Cordeiro de Deus. O Cordeiro entregar-se-ia em supremo sacrifício por amor aos homens e mulheres, abrindo-lhes o portal do céu. Era tão enormemente gigantesca a importância daquele fato que, se os homens e as mulheres dotados por Deus com inteligência e espírito eterno não reconhecessem nele a divindade do Filho, então o Pai faria clamar até as inertes pedras em desagravo a ele, de tão majestosa que era a sua Missão. Interferiria na natureza em desagravo a tudo o que ele representava. Mas, afinal, o Pai viria a fazer clamar as pedras, pois a natureza toda se manifestou no momento em que o Filho exalou o seu último suspiro, no madeiro, quando, naquele momento, terminava de cumprir a Grande Missão, com méritos inefáveis!

“O meu nome residirá em Jerusalém” A Palavra do Senhor em II Reis, 21.4.

“Neste templo e na cidade de Jerusalém, que escolhi dentre as tribos de Israel, estabelecerei o meu nome, perpetuamente (por intermédio de Jesus Cristo)”. Profecias do Senhor Deus, em II Reis, 21.7.

“Levanta-te, sê radiosa, eis a tua luz, a glória do Senhor se levanta sobre ti”. Isaías, 60.1.

Adorar, louvar, venerar, exaltar, glorificar, bendizer, somente a Deus! Mas não tem valor real glorificá-lo ou demonstrar amor a ele apenas nos momentos de entusiasmo. A maioria dos seus compatriotas agiu assim: bradou glorificações a Jesus no momento em que ingressou em Jerusalém, mas dias depois o abandonou, sem apoio algum, durante o julgamento de cartas marcadas ao qual foi submetido.

Também agradecer. Agradecer sempre por tudo: por nossa vida, mas, principalmente, pela sabedoria espiritual que nos proporcionou, pois por ela poderemos ser conduzidos ao seu reino eterno, no qual uma só vaga vale infinitamente mais do que todos os reinos do Universo juntos. Agradecer por nos ter dado a opção de escolher a sua bênção e nos livrado da maldição. Agradecer por ter-nos legado o poder de Jesus Cristo com o qual podemos expulsar os demônios e seus males, e, também, por abrir-nos os portais do céu. Agradecer por este mundo maravilhoso, com a magnífica natureza, na qual podemos ver Deus na harmonia pré-estabelecida, absolutamente magnífica enquanto virgem, enquanto não a destruímos. Como todos sabem, a natureza não tem erros, apenas sofre os revezes, conseqüências da nociva interferência do homem. Enfim, agradecer por tudo o que nos concedeu, até mesmo pela menor das refeições.

Não sou dono da verdade e nem pretendo tal grandiosidade, mas, na minha humilde concepção, entendo que o cristão não deve fazer promessas. Fazer votos de fidelidade ao Senhor é altamente louvável, mas promessas de sacrifícios físicos visando graças a alcançar não deve ser procedimento correto, e não vêm do Evangelho, pois nesse caso estaremos tentando negociar tais graças com Deus. Jesus não disse: “Prometa-me que você se sacrificará antes e depois eu lhe darei o poder de realizar prodígios”, mas, sim, pediu apenas a fé e a fidelidade como únicas condições. A melhor forma de glorificar a Deus é fazer resolutamente a sua vontade, e isso requer seguir exclusivamente a Jesus, espelhar-se nele e viver os seus preceitos, também os da Porta Estreita e do Caminho Apertado.

“Porque, debaixo do céu, nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”.

Revelação do Espírito Santo de Deus, nos Atos dos Apóstolos, 4.12.

Glorificar o Senhor Deus em reunião com outros cristãos, seja no templo ou em qualquer lugar, é muito produtivo. Também é benéfico glorificá-lo, particularmente, orando diariamente, sem pressa, conversando com ele, prestando atenção ao sentido das palavras, das frases, contemplando e meditando sobre a sua obra, estudando, cuidadosamente, com discernimento, as Escrituras e, principalmente, num sentido mais avançado e extremamente produtivo, colocar em prática os preceitos da Lei que se estudou. Portanto, antes de pedir algo em suas orações, antes glorifique a Deus com toda contrição possível.

Jesus também orava, glorificando o Pai por longo tempo. Assim está posto em vários trechos do Evangelho que revelam que ele se retirava todos os dias para orar, mas na maior parte do tempo, agia, evangelizando.

“Naqueles dias, Jesus se retirou a uma montanha para orar, e passou aí toda a noite orando a Deus”. Exemplos de Jesus, o Verbo de Deus, em Lucas, 6.12.

Para completar, a Palavra Escrita nos revela que todo o homem justo vivo é visto por Deus como o Luzeiro do Mundo:

“...para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio dessa geração pervertida e corrupta, na qual resplandecereis como Luzeiros do mundo”. Filipenses, 2.15.

“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens”.

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte e nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa”.

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai que está nos céus”. Mateus. 5.13

Não permitamos que clamem as pedras: clamemos nós! Canta uma bela composição desse humilde servo de Deus que vos escreve:

NÃO ÀS PEDRAS!

Nenhum comentário: