segunda-feira, 23 de junho de 2008

Fé - Abraão João


Abraão não fez quase nada além de andar e andar. No entanto, foi o pai da fé; e o inaugurador da densidade histórica de uma Era que persistirá até o tempo de todas as consumações.

Abraão, no entanto, não curou doente alguém; não parou o sol; não abriu mar e rios; não fez fogo cair do céu aos olhos de ninguém; não teve nem mesmo os “expedientes” de Jacó ante o sogro; não adivinhava no copo como José; não foi forte como Sansão; não fez a proeza de Gideão; não tomou cidades como Josué; não ressuscitou mortos, como Elias e Eliseu; não foi poético e profético como Isaías; não foi sábio como Daniel; e não fez nenhum prodígio ou mostrou qualquer que fosse o sinal, especialmente ante os homens; no entanto, ainda assim, foi o pai da fé.

Abraão foi o pai da fé não por suas virtudes, pois, ante Daniel, Elias, Eliseu e Oséias, Abraão era um “João ninguém”.

Abraão foi o pai da fé em razão de obedecer a Voz, na solidão, sem sinal, sem evidencia, e até contra toda razão: “Vai e mata o teu filho para mim!”

Abraão foi o pai da fé porque creu que Deus era Justo e Justificador de todo aquele que Nele crê; e também porque cria na Palavra de Deus de tal forma que se Deus disse que de seu filho, Isaque, viria toda a descendência da Promessa para ele, Abraão; então, se a ordem era matar o filho, Isaque, certamente o seria porque Deus tem o poder de ressuscitar dos mortos; posto que a Palavra de Deus e Suas Promessas não poderiam falhar — assim ele cria; conforme a interpretação de Paulo escrevendo aos Romanos.

Abraão foi o pai da fé porque creu que na sua fraqueza humana Deus era poderoso para realizar todos os impossíveis dos homens!

Abraão foi o pai da fé porque creu desde as entranhas, e deixou tudo para trás; e, como um louco, seguiu o invisível, o imponderável e o Não-Evidente.

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