segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Como discernir um amigo de verdade

Meu critério pessoal, hoje, de atribuir amizade a alguém, é muito simples: vejo quem se alegra com minhas alegrias, e chora com minhas dores. No entanto, quando se trata de estabelecer uma nova amizade, primeiro vejo se ela tem "espírito" para se alegrar com minhas alegrias; pois, somente depois disto, é que terei confiança de fazê-la parte de minhas tristezas. Ora, isto tanto se baseia no ensino espiritual do Evangelho, como também é uma simples constatação da vida.

No espírito do Evangelho, Paulo ensina: "Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram". Assim, a gente só sabe quem chora genuinamente com a gente, se tal pessoa, tendo tido a oportunidade, já se alegrou sinceramente com nossa felicidade. Na vida é a mesma coisa. Amigos que fazem cara de inveja ou mostram atitudes estranhas quando a gente está bem, não merecem fazer parte de nossas tristezas. Somente "amigos mesmo" é que podem entrar no santuário de nossas dores. Inverter esta ordem é como convidar o diabo para presidir a Santa Ceia do coração. Todavia, embora usamos nossos critérios sempre a partir da Palavra, foi quando a Palavra se tornou, existência, dor, perda, angustia, medo, solidão e sentimento de desprezo, que venho a entender com o coração, qual é a constituição de um verdadeiro amigo e o sentimento sentido do significado das palavras de Paulo.

Os que tiveram chance e se alegraram muito com minhas alegrias, foram os mesmos que efetivamente estavam presentes em minhas tristezas; e sempre solidariamente me falaram a verdade. A esses eu chamo amigos, significando não um tratamento de palavras, mas um tratamento de vida, e carinho grato e comprometido.

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